domingo, 14 de março de 2010

BULLYING: fenómeno camuflado

A História de Leandro, o menino que se atirou ao rio Tua supostamente por estar cansado das agressões dos colegas da escola, colocou o bullying no centro das atenções. As escolas têm dificuldade em lidar com este problema!?
O pequeno Leandro tinha 12 anos, frequentava a EB 2,3 Luciano Cordeiro em Mirandela, e lançou-se ao rio Tua supostamente por ter sido vítima de bullying, agressões físicas e psicológicas de forma continuada e repetida, por parte dos seus colegas de escola. O alegado suicídio da criança chocou o país e o debate sobre a violência no interior dos portões da escola reacendeu-se.

Bulliyng é um termo inglês utilizado para descrever actos de violência física ou psicológica, maltratar ou ameaçar alguém menor ou menos poderoso, forçando-o a fazer algo que não quer. A tradução poderia ser “assédio”: assédio físico, assédio sexual, assédio moral. O bullying está a ser uma prática cada vez mais frequente em escolas, públicas ou particulares. As acções são dirigidas a qualquer um que seja “diferente” – gordinho, magricela, marrão, ... - intimidar ou agredir colegas/indivíduos incapazes de se defender.

A Universidade do Minho realizou um estudo e destaca que 13,5% dos jovens dizem-se vítimas de bullying, um em cada dois não pede ajuda, e 12,5% afirmam-se como agressores. O Departamento de Psicologia de Educação da Universidade do Minho estudou o fenómeno da violência nas escolas em 2008 e 2009 junto de 1400 jovens de 17 escolas do 3.º ciclo e do Ensino Secundário de Lisboa e Braga. O estudo revela ainda que o medo de represálias é o principal motivo para que as vítimas de bullying continuem em silêncio.
Há sinais que podem ajudar a perceber que algo de estranho se passa. Tristeza, agitação, instabilidade e insegurança são alterações comportamentais que podem indiciar bullying. Queixas de dores, pesadelos, enurese nocturna, dores de cabeça ou de barriga na véspera de regressar à escola são sinais psicossomáticos. Danos na roupa, no corpo ou no material escolar, bem como a perda constante de objectos são também indícios a que convém estar atento.

Para Sónia Seixas, investigadora do fenómeno do bullying, justifica-se com a criação de estratégia de âmbito nacional para combater estas situações e, por outro lado, as escolas devem tentar resolver caso a caso. "Uma estratégia nacional de carácter generalista, que caracterize os comportamentos de bullying e apresente exemplos de boas práticas, é sempre um excelente ponto de partida e de referência para o genérico das escolas, onde inclusivamente se podem retirar pistas de actuação." Um começo em que a exequibilidade das propostas ficaria ao critério de cada estabelecimento de ensino.
A investigadora acrescenta que as escolas têm os meios essenciais para intervir nos casos de bullying, mas que não se sentem preparadas por falta de recursos humanos e disponibilidade mental para se dedicarem a esses assuntos.

O que é necessário fazer? Justifica-se uma estratégia nacional? O Ministério da Educação deve definir regras para combater estas situações? As escolas estão preparadas para lidar com estes casos? Como devem ser tratadas as vítimas de bullying? Qual o acompanhamento a dar aos pequenos agressores? E qual deve ser o papel dos pais?

Alunos que sejam vitimas ou foram vitimas de Bullying, dêm o seu testemunho, dúvidas - no anónimato ou não - prometemos que responderemos a TODOS!!!

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